SISTEMA
GASTROINTESTINAL E EXERCÍCIO
A digestão
se inicia já na boca, e neste local
se divide em duas fases:
a) Mecânica: quebra dos alimentos em
pedações menores para que mais partes de um macronutriente entre em contato com
o suco gástrico ao chegar no estômago. Esse processo está relacionado com a
velocidade com que acontece a digestão. Logo, líquidos tem uma digestão mais
rápida que sólidos. É muito importante o processo de mastigar, pois sinaliza
para o organismo que algo está sendo consumido e inicia o processo de digestão.
b) Química: processo em que o alimento é
envolvido pela saliva para fazer a umidificação e ativação de uma enzima
específica, chamada α-amilase salivar ou ptialina. Esta
enzima está presente na saliva e serve para facilitar a digestão de alimentos,
transformando carboidratos complexos em carboidratos mais simples.
Receptores de sabor para:
- Umami (Glutamato
monossódico)
- Salgado
- Doce
- Azedo
- Amargo
No hipotálamo encontra-se
o núcleo arqueado, onde sensores indicam sede e fome.
Diferença entre fome e
apetite:
Apetite é a simples
vontade de comer algo que dá prazer a pessoa (traz bons sentimentos).
Fome é a necessidade que
se tem de entrar em contato com macronutrientes.
Estômago:
A GRELINA é um hormônio
produzido pelo estômago que age no hipotálamo, mais precisamente no núcleo
arqueado e está diretamente relacionado com a secreção do hormônio do
crescimento (Gh), com a taxa metabólica basal e com a produção de fome. Quanto
maior é a taxa de Grelina no sangue, maior é a informação de fome.
Indivíduos que consomem a
mesma quantidade calórica, mas de macronutrientes diferentes tem respostas
diferentes à fome. Um dieta rica em carboidratos complexos, que são absorvidos
lentamente tem uma maior sinalização da supressão da Grelina do que uma dieta
rica em gorduras. Por isso, quem come mais gorduras tem sempre a sensação de
mais fome.
O álcool também é
absorvido no estômago, por isso se o órgão estiver com a presença de alimentos
em digestão ele será absorvido e enviado para o intestino mais lentamente, mas
se ao contrário, o estômago estiver “vazio” ele será absorvido rapidamente.
O estômago não é capaz de
absorver grandes quantidade de macro e micronutrientes. São absorvidos
essencialmente proteínas, água e álcool.
As paredes secretam um
muco alcalino que serve para proteção e também ácido clorídrico que trabalha
para a ativação de pepsina e renina.
Diariamente são
produzidos 3 litros de suco gástrico.
O Bolo Alimentar é
chamado de Quimo, é uma pasta semilíquida e semissólida que passa pelo
esfíncter pilórico e recebe informações do pâncreas e da vesícula biliar (sais
biliares). Do pâncreas exócrino recebe as enzimas digestivas das gorduras, as
lipases pancreáticas.
O suco pancreático é uma
secreção que atua no processo de digestão e, através do ducto pancreático é
lançado na cavidade do duodeno. Contém água, enzimas (amilase pancreática, etc)
e grandes quantidades de íon bicarbonato.
A bile é um líquido produzido
pelo fígado, aproximada mente um litro por dia e fica armazenado na vesícula
biliar. Atua na digestão de gorduras, de microorganismos para evitar a
putrefação de alimentos e na absorção de substâncias nutritivas da dieta que
passam pelo intestino.
Uma refeição rica em
carboidratos fica em média 3 a 4 horas em processo de digestão, já uma refeição
rica em gorduras fica no mínimo 4 horas.
Se uma pessoa almoça ao
meio dia e treina às 13 horas é incorreto. Isso porque o individuo está em
processo de digestão, mas se iniciar uma atividade física o sangue que deveria
ficar no aparelho digestivo se desloca para a musculatura periférica. Caso o
alimento esteja ainda no estômago pode provocar vômito, caso já esteja no
intestino provocará diarreia.
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
Um atleta muito ansioso
sofre uma alta estimulação do sistema parassimpático, o que atrapalha muito,
pois o atleta libera muita adrenalina. As informações vão para a periferia
depressa, aumenta a frequência cardíaca, aumenta a energia que vai para os
músculos e também a migração de sangue do intestino para os músculos.
Exercício intensos (>
70%VO2máx): diminui a velocidade de digestão e absorção. Estudos indicam
que em exercício intenso alguns órgão chegam a apenas 1% de irrigação
sanguínea.
Exercício de baixa
intensidade (<40% VO2máx): promove maior velocidade de digestão,
pois faz um aumento de fluxo, fazendo com que o sangue circule de maneira mais
efetiva e gerando melhor distribuição
Não fazer nada em termos
de exercício físico também não é bom, isso porque a estase do sistema lentifica
o processo de digestão e absorção de nutrientes.
O NÍVEL DE
CONDICIONAMENTO É FUNDAMENTALMENTE DETERMINANTE. Sujeitos bem condicionado
fisicamente tem valor de esvaziamento gástrico mais rápido que sedentários.
Sujeitos mais velhos apresentam uma lentificação do processo de digestão. Há
uma melhora do processo de digestão em indivíduos que praticam atividade
física.
Adaptações do sistema
gastrointestinal ao treinamento:
- Maior motilidade
- Maior secreção de muco
- Aumento da irrigação
tecidual
- Ação anti-ulcerogênica
POR QUE ACONTECE A
DIARRÉIA DO MARATONISTA?
A diarreia do maratonista
acontece porque o exercício físico promove uma ativação do sistema nervoso
simpático, que faz com que o sangue seja
desviado dos órgãos digestivos para levar mais oxigênio para a periferia. Este
desvio de sangue acaba atrapalhando na velocidade de esvaziamento e absorção de
macronutrientes vindos da refeição, fazendo com que esses alimentos fiquem
contidos no intestino. Esses alimentos, sob a forma de líquido, através da má
absorção e aliado ao fator gravitacional da corrida fazem com que o atleta
tenha a diarreia do maratonista.
QUAIS SÃO SO FATORES QUE
SINALIZAM A SACIEDADE?
Para que a sensação de
saciedade seja levada ao cérebro é importante que as etapas do processo sejam
cumpridas, são elas: cheiro, sabor, pressão dos dentes (mastigação),
deglutição, distensão gástrica e aparecimento de macronutrientes no sangue.
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