quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SISTEMA GASTROINTESTINAL E EXERCÍCIO


A digestão se inicia já na boca, e neste local se divide em duas fases:

a)      Mecânica: quebra dos alimentos em pedações menores para que mais partes de um macronutriente entre em contato com o suco gástrico ao chegar no estômago. Esse processo está relacionado com a velocidade com que acontece a digestão. Logo, líquidos tem uma digestão mais rápida que sólidos. É muito importante o processo de mastigar, pois sinaliza para o organismo que algo está sendo consumido e inicia o processo de digestão.

b)      Química: processo em que o alimento é envolvido pela saliva para fazer a umidificação e ativação de uma enzima específica, chamada α-amilase salivar ou ptialina. Esta enzima está presente na saliva e serve para facilitar a digestão de alimentos, transformando carboidratos complexos em carboidratos mais simples.

Receptores de sabor para:
- Umami (Glutamato monossódico)
- Salgado
- Doce
- Azedo
- Amargo

No hipotálamo encontra-se o núcleo arqueado, onde sensores indicam sede e fome.

Diferença entre fome e apetite:
Apetite é a simples vontade de comer algo que dá prazer a pessoa (traz bons sentimentos).
Fome é a necessidade que se tem de entrar em contato com macronutrientes.


Estômago:
A GRELINA é um hormônio produzido pelo estômago que age no hipotálamo, mais precisamente no núcleo arqueado e está diretamente relacionado com a secreção do hormônio do crescimento (Gh), com a taxa metabólica basal e com a produção de fome. Quanto maior é a taxa de Grelina no sangue, maior é a informação de fome.

Indivíduos que consomem a mesma quantidade calórica, mas de macronutrientes diferentes tem respostas diferentes à fome. Um dieta rica em carboidratos complexos, que são absorvidos lentamente tem uma maior sinalização da supressão da Grelina do que uma dieta rica em gorduras. Por isso, quem come mais gorduras tem sempre a sensação de mais fome.
O álcool também é absorvido no estômago, por isso se o órgão estiver com a presença de alimentos em digestão ele será absorvido e enviado para o intestino mais lentamente, mas se ao contrário, o estômago estiver “vazio” ele será absorvido rapidamente.

O estômago não é capaz de absorver grandes quantidade de macro e micronutrientes. São absorvidos essencialmente proteínas, água e álcool.
As paredes secretam um muco alcalino que serve para proteção e também ácido clorídrico que trabalha para a ativação de pepsina e renina.

Diariamente são produzidos 3 litros de suco gástrico.

O Bolo Alimentar é chamado de Quimo, é uma pasta semilíquida e semissólida que passa pelo esfíncter pilórico e recebe informações do pâncreas e da vesícula biliar (sais biliares). Do pâncreas exócrino recebe as enzimas digestivas das gorduras, as lipases pancreáticas.
O suco pancreático é uma secreção que atua no processo de digestão e, através do ducto pancreático é lançado na cavidade do duodeno. Contém água, enzimas (amilase pancreática, etc) e grandes quantidades de íon bicarbonato.
A bile é um líquido produzido pelo fígado, aproximada mente um litro por dia e fica armazenado na vesícula biliar. Atua na digestão de gorduras, de microorganismos para evitar a putrefação de alimentos e na absorção de substâncias nutritivas da dieta que passam pelo intestino.

Uma refeição rica em carboidratos fica em média 3 a 4 horas em processo de digestão, já uma refeição rica em gorduras fica no mínimo 4 horas.

Se uma pessoa almoça ao meio dia e treina às 13 horas é incorreto. Isso porque o individuo está em processo de digestão, mas se iniciar uma atividade física o sangue que deveria ficar no aparelho digestivo se desloca para a musculatura periférica. Caso o alimento esteja ainda no estômago pode provocar vômito, caso já esteja no intestino provocará diarreia.



SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
Um atleta muito ansioso sofre uma alta estimulação do sistema parassimpático, o que atrapalha muito, pois o atleta libera muita adrenalina. As informações vão para a periferia depressa, aumenta a frequência cardíaca, aumenta a energia que vai para os músculos e também a migração de sangue do intestino para os músculos.
Exercício intensos (> 70%VO2máx): diminui a velocidade de digestão e absorção. Estudos indicam que em exercício intenso alguns órgão chegam a apenas 1% de irrigação sanguínea.
Exercício de baixa intensidade (<40% VO2máx): promove maior velocidade de digestão, pois faz um aumento de fluxo, fazendo com que o sangue circule de maneira mais efetiva e gerando melhor distribuição
Não fazer nada em termos de exercício físico também não é bom, isso porque a estase do sistema lentifica o processo de digestão e absorção de nutrientes.

O NÍVEL DE CONDICIONAMENTO É FUNDAMENTALMENTE DETERMINANTE. Sujeitos bem condicionado fisicamente tem valor de esvaziamento gástrico mais rápido que sedentários. Sujeitos mais velhos apresentam uma lentificação do processo de digestão. Há uma melhora do processo de digestão em indivíduos que praticam atividade física.

Adaptações do sistema gastrointestinal ao treinamento:
- Maior motilidade
- Maior secreção de muco
- Aumento da irrigação tecidual
- Ação anti-ulcerogênica

POR QUE ACONTECE A DIARRÉIA DO MARATONISTA?
A diarreia do maratonista acontece porque o exercício físico promove uma ativação do sistema nervoso simpático, que faz com  que o sangue seja desviado dos órgãos digestivos para levar mais oxigênio para a periferia. Este desvio de sangue acaba atrapalhando na velocidade de esvaziamento e absorção de macronutrientes vindos da refeição, fazendo com que esses alimentos fiquem contidos no intestino. Esses alimentos, sob a forma de líquido, através da má absorção e aliado ao fator gravitacional da corrida fazem com que o atleta tenha a diarreia do maratonista.

QUAIS SÃO SO FATORES QUE SINALIZAM A SACIEDADE?

Para que a sensação de saciedade seja levada ao cérebro é importante que as etapas do processo sejam cumpridas, são elas: cheiro, sabor, pressão dos dentes (mastigação), deglutição, distensão gástrica e aparecimento de macronutrientes no sangue.

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