quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CRIANÇA E IDOSO

TERMOREGULAÇÃO
Sistemas trocam calor por: radiação, condução, convecção e evaporação.
Criança x Adulto
Um corpo produz certa quantidade de calor na razão direta da sua massa. Então, quanto maior for a massa, mais calor ele produz. Para trocar calor com o meio é necessário uma certa superfície, porque é a superfície que vai entrar em contato com o meio que vai trocar calor.
Superfície corporal = medida da quantidade de “pele”.
A eficiência do processo de troca de calor do corpo com o meio depende da relação de massa contida com a superfície corporal. Surge daí o conceito de superfície corporal relativa (SCrel), que é o valor de superfície corporal dividido pela massa.

As crianças sempre tem SCrel maior que os adultos, mesmo tendo a superfície corporal menor:



Criança

Adulto
Superfície Corporal Relativa
> 
Superfície Corporal Relativa
Radiação
> 
Radiação
Condução
> 
Condução
Convecção
> 
Convecção
Evaporação
< 
Evaporação

A evaporação nos adultos é maior porque não depende da SCrel e sim da produção e evaporação do suor. E também porque a produção de suor na criança é menor porque a glândula sudorípara é imatura, o que depende da ação hormonal, que ocorre apenas a partir da adolescência.



Exemplo1: uma criança e um adulto brincando em um ambiente externo em um dia quente com sol.
·         O adulto sua muito e a criança não;
·         A criança está recebendo mais calor por convecção que o adulto porque a superfície corporal relativa do adulto é menor;
·         O adulto está liberando mais calor por sudorese;
·         Quem tem mais risco de intermação é a criança

Exemplo2: uma criança e um adulto em uma piscina.
·         Água é um ambiente onde se perde mais calor em função do calor específico da água, que é muito maior que a dor ar;
·         Um corpo na água tende a perder muito mais calor que ao ar livre e normalmente a temperatura da água é mais baixa que a dor corpo;
·         O suor na água não serve para nada, porque não evapora;
·         O principal meio de troca de calor em meio aquoso são condução e convecção, que neste caso é importante para a criança, que perde muito calor na água.


Então:
Crianças no calor externo fazem hipertermia mais facilmente;
Crianças na água fazem hipotermia mais rápido.



METABOLISMO
Consumo máximo de oxigênio, medido pelo VO2máx (em L.min-1 absoluto ou ml.kg-1.min-1 relativo)
O consumo de oxigênio durante o exercício é medido pelo VO2submáx.

De que forma o consumo máximo de oxigênio se comporta a medida que a criança cresce?


Por que o consumo máximo de oxigênio do menino até a puberdade acompanha o mesmo ritmo da menina e a partir da puberdade aumenta? Porque a partir da puberdade o menino adquire mais massa muscular! O consumo máximo de oxigênio dos meninos torna-se maior.

O aumento do consumo de oxigênio é diretamente proporcional ao aumento de massa corporal. Isto tanto é verdade que quando o valor é corrigido (ou seja, dividido pela massa) o efeito desaparece. Até a puberdade não há diferença. Na puberdade o VO2máx da menina começa a cair, isso porque a menina adquire tecido adiposo e isso representa massa e como o valor é dividido pela massa, será dividido por este “peso a mais”.

Do ponto de vista de consumo máximo de oxigênio, não há diferenças significativas entre os sexos até a puberdade, mas depois disso as diferenças aparecem.
Normalmente a menina matura antes do menino, por isso o professor de Educação Física deve ficar atento à mudanças na postura dos aluno, como por exemplo os mais alto se curvarem um função dos colegas com menor estatura.

Comportamento do VO2 frente ao trabalho:



A resposta aeróbia da criança é muito mais eficiente e muito mais rápida que a do adulto. Ao impor uma carga para uma criança ela responde aumentando o consumo de oxigênio imediatamente e isso faz com que o déficit de oxigênio seja muito menor que do adulto. O EPOC da criança também será menor aerobiamente em comparação com o adulto.

Quais os mecanismos que fazem com que o déficit da criança seja menor do que do adulto? Vejamos:

Avaliação da concentração de lactato máxima em crianças de diferentes faixas etárias.

Crianças novas (com aproximadamente 8 anos) apresentam concentrações de lactato muito baixas comparadas a crianças próximas a puberdade ou que já ultrapassaram essa fase. Isso indica uma atividade anaeróbia menor.



Atividade da enzima PFK em relação à idade.


*PFK = Enzima que regula o metabolismo glicolítico. Uma das principais enzimas da glicólise sendo a mais sensível à variação de pH e outros fatores.

Crianças jovens têm uma atividade da Fosfofrutoquinase (PFK) muito baixa, na maturidade já é máxima. Na puberdade começa a subir. Indica que crianças muito novas tem menor atividade glicolíticae crianças mais velhas têm maior atividade glicolítica.

Mas isto está associado a outro fenômeno metabólico:


Atividade da Lactato Desidrogenase (LDH).

A LDH é sensível a piruvato, logo, quando forma piruvato em grande quantidade ela converte para lactato. Indica que a criança não forma muito lactato, porque tem uma baixa atividade da Lactato Desidrogenase e como o adulto tem maior índice de LDH, tem como produzir mais lactato.

Criança tem baixa atividade glicolítica, portanto, forma pouco piruvato e consequentemente tem menos energia glicolítica que um adulto. Como a criança forma menos piruvato, também forma pouco lactato, por isso a baixa da LDH.


Quando uma carga de trabalho maior é imposta a uma criança, ela não consegue como um adulto, gerar uma atividade glicolítica para sustentar essa carga, obrigando seu sistema a ativar mais rapidamente o sistema aeróbio.

A criança aumenta mais rapidamente seu consumo de oxigênio porque apresenta uma deficiência anaeróbia.

CRIANÇAS NÃO TEM A MESMA EFICIÊNCIA ANAERÓBIA QUE ADULTOS E ACABAM COMPENSANDO AEROBICAMENTE.

Isso fica fácil de entender quando observamos o comportamento prático das crianças. Ou elas realizam uma atividade de longa duração em baixa intensidade ou uma atividade de muito curta duração em alta intensidade. As crianças não realizam atividades em alta intensidade por mais de um minuto porque para isto utiliza-se glicólise anaeróbia, rota em que não são eficientes.

Um grande erro dos treinadores e educadores físico é impor um treinamento de especialização esportiva precoce. Isso gera um burn out, ou seja, uma retirada precoce deste jovem atleta da carreira esportiva. Crianças não suportam tanto fisiologicamente quanto psicologicamente altos volumes de treinamento e acabam por desistir do esporte.

IDOSO
Próximo dos 20 anos de idade tingimos nosso VO2máx. Apartir de então acontece m decaimento do VO2máx em função de um processo chamado de sarcopenia, que é a perda progressiva de sarcômeros, ou seja, a perda de massa muscular.

Metabolicamente a massa muscular é necessária para o consumo de oxigênio, logo o VO2máx diminui a medida que se envelhece. Esta perda é de aproximadamente 7mL.kg-1.min-1.década-1. Qual a consequência? O limite de independência funcional é de 25mL.kg-1.min-1. Para melhorar esse índice o mais indicado é exercício físico!

Então, para evitar a perda da funcionalidade o mais indicado é exercício aeróbio.

Uma pessoa idosa tem indicação para exercício de força mesmo que o marcador seja aeróbio (que indica falta de capacidade funcional).

O que levou o idoso a ter uma perda importante do consumo máximo de oxigênio? A perda de massa muscular! Então o treinamento anaeróbio serve para, no mínimo, diminuir o processo, se não revertê-lo em parte, através do ganho de massa muscular e com isso melhorar o consumo máximo de oxigênio.

Treinamentos que intercalam aeróbio e anaeróbio são bem indicados, principalmente para manter o ritmo. Quando esse tipo de treinamento é aplicado, a parte aeróbia que será curta (3 minutos aproximadamente para descanso ativo) não apresenta ganhos significativos, mas serve para que não se perca o que já foi conquistado.


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