ALTITUDE
Observando a
ilustração acima. Quando todos os locais de ligação do oxigênio com hemoglobina
estão preenchidos dizemos que ela está 100% saturada.
Frequentemente
nem todos os espaços estão preenchidos, ou não tem nada ligado ou há outra
molécula ligada, como por exemplo, o monóxido de carbono. Esta molécula vem da
poluição ambiental ou da fumaça do cigarro e isso irá diminuir a saturação.
Quando o monóxido de carbono se liga a hemoglobina é de forma irreversível.
Fica ligado até o metabolismo da hemoglobina.
Há também as
moléculas de oxigênio que estão dissolvidas no plasma. Estas são as que exercem
pressão, conhecida como PO2.
O oxigênio
que vai para os tecidos é o que está dissolvido no plasma (3%). A medida que se
utiliza esse oxigênio dissolvido a PO2 cai. Com isso o oxigênio que
está ligado na hemoglobina é liberado para o plasma.
Relação
entre a saturação da Hemoglobina e a Pressão de O2.
Estudo:
medida da PO2 e saturação de hemoglobina de amostras do sangue de
diferentes partes do corpo.
Sangue que
sai do pulmão está com 100% de saturação.
À medida que
o sangue cai na circulação a saturação de O2 e a PO2
caem, pois se está cedendo oxigênio para os tecidos. Mas essa relação não é
linear e sim sigmoide. Quando o sangue está fluindo o primeiro oxigênio a ser
removido é o que está livre no plasma, por isso cai a PO2 e
mantém-se a saturação. Quando cai muito a PO2 é o momento em que a
hemoglobina irá liberar suas moléculas de O2.
A
hemoglobina apresenta uma afinidade com o oxigênio variável: se a afinidade
fosse sempre igual ela não poderia responder a essas variações de pressão em
torno dela. Quando os quatro sítios estão ligados a afinidade é máxima e é
muito difícil desligar o primeiro, mas a medida que a PO2 cai
(aproximadamente 85mmHg) notamos uma queda na saturação, pois a hemoglobina
começou a ceder oxigênio. A saída de um oxigênio na ligação com a hemoglobina
muda a conformação da molécula e torna-se cada vez mais fácil a liberação das
demais moléculas de oxigênio. Isso se chama controle alostérico. Quando a PO2
aumenta novamente o oxigênio volta a se ligar na hemoglobina.
A
hemoglobina pode ser regulada. Existem no sangue, estruturas que podem
modificar proteínas. Os estímulos são:
ALTITUDE
A saturação
da hemoglobina continua a mesma em cidades da serra, como Gramado (RS) que
apresenta uma altitude em torno de 900m.
Mas em uma
altitude de aproximadamente 3000m a pressão atmosférica fica em torno de
500mmHg, a PO2 será de 105mmHg, a pressão alveolar de oxigênio
ficará entre 60 e 70mmHg, com isso a saturação da hemoglobina será de 70%.
Então, o sangue mais rico em oxigênio terá menos oxigênio.
Em grandes
altitudes o desempenho aeróbio é prejudicado, porque depende de transporte de
oxigênio. Existem formas de se prever a perda de oxigênio, vejamos a tabela a
seguir:
Exemplo:
Cidade do México (3500m de altitude). Tem -20%VO2máx. Se ao nível do
mar o VO2máx era de 60mL.kg-1.min-1, quando no
México será de 48mL.kg-1.min-1.
Então, em
altitudes haverá certamente uma diminuição do VO2máx.
Quando for
possível o atleta poderá realizar um deslocamento antecipado para recuperar
esse VO2máx perdido. Esse processo de adaptação pode ser dividido em
três fases:
1) CURTO PRAZO
Ao sair do
avião e respirar o ar estará com 20 a 30% menos em termos de PO2.
Quando cai a
PO2 a estrutura que primeiro detecta a queda são os quimioceptores,
que geram uma hiperventilação. Isso faz com que o O2 seja eliminado
e diminua a PCO2. O CO2 quando reage com água forma o
ácido carbônico que se dissocia em Hidrogênio, gerando acidificação do meio,
mas como o CO2 está sendo eliminado não ocorre acidificação do meio,
mas sim uma alcalose ventilatória. Os sintomas principais são tontura e dispneia.
2) MÉDIO PRAZO
O organismo
tentará ajustar a alcalose ventilatória. Para isso aumenta a excreção de
bicarbonato de sódio e água. A excreção de água gera uma hemoconcentração que
gera dois efeitos: menos água deixa as hemácias mais próximas facilitando o processo
de difusão, mas em contrapartida aumenta a viscosidade e tende a fazer mais
coágulos e também aumenta o trabalho cardíaco.
3) LONGO PRAZO
O organismo
tenta resolver a hemoconcentração. O rim é o órgão mais afetado pelos efeitos
de variação de viscosidade. Estimulado pela variação do fluxo, o rim produz
eritropoietina. Essa eritropoietina estimula a medula óssea a realizar
eritropoiese, que leva ao aumento de hemácias. Com isso se aumentou o volume
total de sangue e com isso se está totalmente adaptado à altitude.
Quem mora em
altitude tem mais hemácias para compensar a menor PO2.
A maior
altitude que um ser humanos é capaz de se adaptar para morar é 5000m.
O QUE FAZER
QUANDO UMA EQUIPE OU ATLETA NÃO TEM TEMPO DISPONÍVEL PARA ADAPTAÇÃO? Quando o período
de adaptação não for possível o atleta deve ir para o país da competição o
quanto antes for possível, porém até o dia da competição irá treinar em cidades
litorâneas, ao nível do mar. Só irá para a altitude horas antes da competição,
para evitar os piores efeitos.
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