quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CONTROLE MOTOR


Três níveis:
- Voluntario
- Automático
- Involuntário

Controle voluntario:

Primeiro ocorre um planejamento da ação feito pelo córtex pré motor, planejar significa olhar o que se vai fazer e estabelecer uma tática para isso. Uma vez planejado um potencial de ação é gerado e ativa o córtex motor, e vai ativar junto o cerebelo. Daí o córtex motor ativa o tálamos, que ativa os gânglios da base e ativa o tronco encefálico que finalmente ativa a musculatura. Estruturas sensoriais detectam essa ação, elas estão localizadas no próprio musculo, na pele, na articulação. Elas informam o resultado da ação. Esse resultado é informado para tronco encefálico, gânglios da base e cerebelo. O cerebelo funciona como órgão de comparação entre duas informações diferentes: a primeira que é idealizada (planejamento), e o que foi efetivamente produzido (gesto em si). Essas duas nunca são iguais. Essa correção se dá algumas milhares de vezes durante o gesto, para que ele saia da melhor maneira possível. Esse sistema é menos especializado quanto menor for a experiência do gesto. O movimento especializado usa a via com menor planejamento.


Controle automático:
Quando se está caminhando não se pensa onde o pé vai se posicionar. Não é um gesto voluntario da concepção neurofisiológica. O primeiro gesto motor aprendido na vida foi caminhar. Por imitação as crianças tentam caminhar. Vão testando formas de melhorar essa via. A via coordenativa neural e a força de determinados músculos foram sendo refinado. Depois de um tempo ele chega a uma marcha rudimentar. A medida que isso se repete, o gesto vai sendo sofisticado, até que chega a uma marcha madura. O gesto foi refinado até que se consegue executar sem a necessidade de planejamento. Isso é chamado de programa motor ou de engrama motor. Sequencia de ativação muscular reproduzida sempre que o estimulo é dado. É bom e ruim, pois o engrama não sofre correções. Um simples degrau com 1cm de diferença entre os níveis pode não ser corrigido, levando o individuo a tropeçar. Falar também é uma ação motora.

Controle involuntário
Órgão sensorial que leva a informação até o H medular e finalmente ao musculo. Não há modulação superior.

Os três principais são:
- Miotático
- Miotático inverso
- Flexor

Miotático
Órgão sensorial envolvido: fuso muscular (célula muscular modificada, pois é sensorial).
Cada um dos fusos emite uma fibra do tipo Ia até o H medular. Essa fibra gera potenciais de ação em direção ao h medular onde se forma uma sinapse. É um mecanismo de interação monossináptico, sendo o único deste tipo. Os fusos respondem sempre a estiramento. No H medular tem-se ativação monossináptica que estimula em ultima analise um motoneurônio do próprio músculo gerador do estimulo. Então uma vez que se estimule esse musculo se desencadeia um reflexo de contração do próprio músculo. Este reflexo é extremamente importante para a manutenção postural.

Miotático Inverso
O órgão sensorial é o órgão tendinoso de golgi (OTG), é uma terminação livre dentro de uma capsula. O OTG fica localizado nos tendões. O motoneuronio vai até o H medular e faz a sinapse. São duas sinapses, dois interneuronios. Um interneuronio é excitatório e o outro é inibitório. O OTG é sensível a tensão. A contração da musculatura é um meio de ativar o OTG, pois gera tensão. O aumento da tensão na musculatura agonista faz com que o OTG desencadeie potenciais de ação em direção ao H medular. No H medular ele faz sinapse com dois interneurônios, um inibitório e um excitatório. O excitatório excita o motoneuurônio da musculatura antagonista e o inibitório inibe o motoneurônio da musculatura agonista, ou seja, haverá o relaxamento da musculatura. Isso é muito utilizado para treinamento de flexibilidade, em pacientes com hipertonia e muitas outras coisas. Também é um reflexo de proteção.

Reflexo Flexor
Órgão sensorial é uma terminação nervosa livre na pele, que emite uma fibra até o H medular. Essa terminação livre na pele é uma terminação nociceptiva, detecta agressão. Há uma divergência de sinal, no qual uma parte vai para o mesmo lado do segmento agredido e uma outra cruza o H medular e vai para o lado contralateral. Quando um estimulo nociceptivo é captado pela pele a musculatura ativada é a flexora, então acontece uma flexão do lado atingido e uma extensão do lado contralateral. A flexão serve para afastar do elemento agressor, a extensão do segmento contralateral em humanos não serve pra basicamente nada, já em cães ou seres quadrúpedes serve para que fiquem em maior estabilização.



Técnicas de alongamento:

BALÍSTICO
“Insistir no alongamento”.
Em termos neuromusculares, o que acontece?
Com a insistência acontece um estiramento muscular. O órgão sensorial sensível ao estiramento é o fuso muscular. No momento que o estiramento ativa o fuso muscular ele gera um reflexo que ativa a contração reflexa da própria musculatura estirada (Reflexo miotático). A cada estiramento se desencadeia uma contração reflexa do próprio músculo que está sendo estirado.


ESTÁTICO
Qual a diferença do balístico? É parado! Primeiramente, como no balístico, acontece um estiramento que gera ativação do fuso muscular que leva ao reflexo miotático. A diferença é que a contração produzida é isométrica. Quando se gera contração isométrica ao nível muscular gera aumento da tensão. O órgão tendinoso de golgi é sensível à tensão e por isso é ativado e tem-se o reflexo miotático inverso, ou seja, uma inibição da musculatura e, portanto seu relaxamento. Quanto mais tempo se permanece na posição estática de alongamento, mais inibição e consequentemente mais relaxamento é produzido.


FNP (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva)

Técnica eficiente para o ganho de flexibilidade. O primeiro momento é estático, e então é solicitada uma contração muscular contra resistência. A função desta contração é produzir uma tensão e ativar o OTG, que inibe a musculatura. Potencializa a ação do reflexo miotático inverso. Produz um pequeno encurtamento da musculatura, com isso o fuso fica inativado e isso acontece junto com a potencialização do OTG. Então, há uma inativação fusal e uma hiperatividade do OTG e nessas condições se pede para o aluno relaxar, com isso se ganha vários graus em Amplitude de Movimento (ADM). A função do encurtamento é dupla: gerar encurtamento para inibir o fuso e aumento da tensão para ativar o OTG.

Nenhum comentário:

Postar um comentário