FUNÇÃO ENDOTELIAL E
ATEROSCLEROSE
Definimos
pressão como o produto do fluxo pela resistência. Essa resistência depende do
vaso sanguíneo, de fatores como o comprimento deste vaso, seu diâmetro e também
da viscosidade do fluido.
A função
endotelial normal pode ser aletrada por fatores como idade, hipertensão arterial, diabetes, fumo e obesidade.
As
alterações podem ocorrer devido a variações na composição química do sangue e
também devido a pressão do fluxo. Quanto maior o fluxo de sangue passando pelo
vaso maior é o atrito gerado nas suas paredes. O aumento do atrito gera a
produção de radicais livres de oxigênio, que são moléculas extremamente
instáveis. Essas moléculas tem alta capacidade reativa com biomoléculas, em
especial com lípides (colesterol).
VLDL e LDL
apresentam ação pró-inflamatória enquanto o HDL tem ação anti-inflamatória.
Além desses
valores, existe também uma relação entre o colesterol total e o HDL. A
diferença entre o primeiro pelo segundo deve gerar um valor de referência de 4.
Quanto menor for o resultado da diferença, melhor.
Os sistemas
mais responsivos ao treinamento são o HDL e os Triglicerídeos. O colesterol
total de certa forma diminui com o exercício, mas isso e torna mais efetivo
através da dieta.
As medicações
utilizadas para controle de colesterol são as estatinas, que são drogas que
bloqueiam a enzima que sintetiza o colesterol. Há um bloqueio endócrino da
produção de colesterol.
FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA
O início da
produção da placa de ateroma se dá aproximadamente aos 20 anos de idade. Alguns
estudos já mostram a formação precoce em crianças de 10 anos de idade, o que
torna o problemas muito mais preocupante.
O grande
vilão são os radicais livres, ver figura abaixo.
Em
hipertensos o atrito vascular é crônico, ou seja, a ação do fluxo contra a
parede do vaso é intermitente. Em indivíduos não hipertensos o processo ocorre
de maneira mais branda, pois não há essa ação do fluxo contra a parede de forma
tão acentuada. O atrito gera uma maior produção de radicais livres.
Os radicais
livres tendem a oxidar lipomoléculas e a mais suscetível é o LDL. Os radicais
livres agem contra o LDL produzindo LDL oxidado (LDLox). Esse LDLox presente na
luz do vaso não gera nenhum problema, pois pela ação da corrente sanguínea ele
será carregado para o fígado onde será metabolizado. Porém, este LDLox tem a
capacidade de se infiltrar no espaço subendotelial e uma vez neste espaço ele
sinaliza por quimiotaxia (deslocamento por atração química) para monócitos, que
são leucócitos circulantes.
Em última
análise, a oxidação de LDL gera uma resposta imune, atraindo monócitos para a
região. Estes monócitos se infiltram no espaço subendotelial, tornam-se
macrófagos e com isso geram um acúmulo de células imunológicas no local.
Os
macrófagos então realizam fagocitose (incorporação de macrófagos para dentro da
célula) de lípides. Formam-se então as foamcells, que são células ricas em
gorduras. Ao longo do tempo as foamcells crescem e geram uma deformação da
parede do vaso.
Além disso,
estas foamcells produzem MCP1 (proteína quimioatratora de monócitos), que atrai
monócitos. Quanto mais monócitos se infiltrarem no espaço subendotelial, maior
é a formação de macrófagos, mais fagocitose é feita e maior é a produção das
foamcells, que produzem mais MCP1 gerando um ciclo vicioso, que vai agravando o
caso progressivamente, gerando a placa aterosclerótica.
O fluxo na
região da placa de aterosclerose gera aumento da velocidade de condução, ou
seja, quando o sangue passa pela placa a velocidade aumenta e com isso gera um
atrito maior (estresse de cisalhamento). A consequência disso é uma maior
produção de radicais livres pelo estresse.
Com o tempo
forma-se uma fibrose no local. Em uma determinada situação é possível que um
pico de estresse leve ao rompimento da fibrose, expondo colágeno que tem uma
alta afinidade com plaquetas. Isso leva a formação de um coágulo intravascular,
ou seja, um trombo.
O aumento da
placa pode gerar isquemia que se prolongada pode levar a um infarto. Outra
consequência é o carreamento do trombo pela corrente sanguínea, em vasos de
grande calibre não terá problemas, mas ao chegar em vasos menores pode gerar a
interrupção da circulação local, levando a isquemia, infarto e todas as suas
consequências.
Este
processo leva em média 40 anos e estão mais sujeitos ao agravamento da situação
pessoas obesas, diabéticas, dislipidêmicos, hipertensos e tabagistas.
A melhor
forma de prevenir é através de exames de
controle de pressão arterial e perfil lipêmico, principalmente se houver casos
na família de infartos, e doenças relacionadas a aterosclerose.
ATEROSCLEROSE E EXERCÍCIO
A disfunção
endotelial é importante na avaliação de alunos e pacientes, por isso saber o
seu mecanismo de formação e fatores agravantes e atenuantes é relevante para
educadores físicos.
É sabido que
o exercício melhora o perfil lipídico, como já foi citado anteriormente, reagem
bem ao exercício físico o HDL que tende a aumentar e os triglicerídeos, que
tendem a diminuir sua concentração sanguínea.
Não há
estudos conclusivos sobre a redução da placa de ateroma, uma vez formada. Mas
sabe-se que certamente é uma diminuição no seu processo de formação quando a
prática de exercício físico torna-se constante.
O exercício
físico tem ação anti-oxidante, ou seja, menos radicais livres serão produzidos,
com isso menos LDL será oxidado, menor será a velocidade do processo de
formação das foamcells e das outras fases de formação da placa.
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