ANÁLISE CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO
“MUITO ALÉM DO PESO”
Este documentário fantástico está disponível para visualização no site www.muitoalemdopeso.com.br.
O documentário “Muito Além do Peso”, dirigido
por Estela Renner, mostra a atual realidade da situação das crianças no Brasil
em termos de saúde. Se antigamente o grande problema era a desnutrição
infantil, hoje, a obesidade das nossas crianças já tornou-se caso de saúde
pública.
O filme inicia contando a história diária de
Yan, um menino obeso de quatro anos de idade que sofre as consequências desta
doença com tão pouca idade. Yan tem problemas cardíacos e no pulmão. Este é um
dos tantos meninos e meninas citados como exemplo no documentário.
O chef
Jamie Oliver apresenta dados sobre as causas de morte nos Estados Unidos, ele
aponta que passamos muito tempo preocupados com homicídios e afins e não
percebemos que o que mais mata a população é o consumo errado de alimentos.
Para a também chef, escritora e
educadora Ann Cooper o consumo de alimentos rápidos, processados teve início
nos Estados Unidos a partir do final da Segunda Guerra Mundial.
No Brasil, 33,5% das crianças sofre de
sobrepeso ou obesidade. O doutor Amélio Matos, médico endocrinologista, diz que
a obesidade está relacionada com as maiores pandemias, como diabetes, doenças
cardiovasculares, depressão, câncer, entre outros.
Um dos grandes problemas apontados por
especialistas é que as crianças não brincam mais, ou por ter acesso a
brinquedos que não exigem tanto da mobilidade física, como vídeo-games ou pelo
acesso a parques, campos e praças não ser seguro. Há também o problema do
acesso a bons alimentos. Em muitas cidades não se tem acesso a frutas, verduras
e produtos saudáveis.
O apelo das empresas de alimentos sobre as
crianças também é citado. Produtos chamativos, propagandas que associam bem
estar e sucesso a alimentos com açúcar em excesso, ou sódio em excesso tornam
tudo atraente aos olhos das crianças. Além disso o preço dos alimentos
industrializados é muito menor em comparação com produtos orgânicos.
Jamie Oliver cita que a expectativa de vida
da geração atual até 10 anos menor em função dos alimentos que ingere. Um
exemplo disso é que ao serem confrontadas com alimentos como frutas, verduras e
legumes muitas das crianças não tem a menor ideia do que se trata. Um
especialista cita que os pais não conseguem fazer boas escolhas para seus
filhos porque elas simplesmente não existem.
Outro ponto importante do documentário é
sobre a prática da Educação Física nas escolas. Algumas crianças citam que têm
aulas apenas uma vez por semana e por um curto espaço de tempo. Se uma boa
parte do problema é o sedentarismo das crianças, a falta do brincar e da quase
imobilidade dessas crianças o professor de Educação Física tem o dever de estimular
essa população à prática de exercício físico e incitar à volta dessas crianças
para o brincar que neste caso significa correr, pular corda, andar de bicicleta
e muitas outras atividades possíveis.
Assim como devemos cuidar dos idosos em
função do aumento da expectativa de vida, devemos olhar para as crianças que
são o futuro do país. Crianças já obesas, com problemas, cardíacos, hipertensos
e diabéticos tem problemas para se desenvolver socialmente, crescem sujeitos a
depressão e além do mal psicológico que os afetam geram altos custos para a
saúde pública. No futuro, caso o governo e outras instituições não ajam na
causa do problema, veremos muitas pessoas que poderiam ser saudáveis,
economicamente ativas, felizes e com suas famílias, dar lugar a pessoas
depressivas, afastadas de seus empregos por problemas de saúde e infelizes. Não
é isso que queremos, não pode ser isso que queremos.
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