quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ANÁLISE DO SEMINÁRIO II


Foi apresentado o artigo intitulado “Impact of exercise-related respiratory symptoms in adults with asthma: Exercise-Induced Bronchospasm Landmark National Survey” (Parsons JP, Craig TJ, Stoloff SW, Hayden ML, Ostrom NK, Eid NS, Colice GL).

Inicialmente foi mostrado dados sobre asma e broncoespasmo induzido pelo exercício. Sabe-se que a maior parte destes casos, em asmáticos crônicos está relacionado com o descontole da doença.

A pesquisa foi realizada por entrevista telefônica, em dezembro de 2009 nos Estados Unidos para o publico em geral e de dezembro de 2009 a janeiro de 2010 para asmáticos.

Para o público em geral o questionário incluia 78 questoes sobre demografia, saude geral e conhecimento do broncoespasmos induzido pelo exercício , e sintomas experimentados deste mesmo.

A pesquisa do broncoespasmo induzido pelo exercicio para pacientes com asma incluia 84 questões sobre demografia, sintomas experimentados e o impacto do broncoespasmo no exericio nas atividade diarias.

Os pesquisados consideram que a asma limita sua capacidade de participar “muito” ou “um pouco” de atividades físicas:
- 46,1% no esporte/recreação;
- 39,8% no esforço físico normal;
- 47,8% em atividades ao ar livre.

Quase a metade dos participante relataram evitar atividades por causa dos sintomas, o que é um erro tendo em vista que o sistema se torna mais eficiente e mais tolerante a liberação de histamina, e com isso as crises tendem a tornar-se menos intensas e menor frequentes.

Muitos relatam que não conseguem manter uma rotina de atividades como outras pessoas de sua idade, o que é coerente devido a limitação funcional provocada pela doença, porém a prática de atividade física tende a melhorar este quadro.

Indivíduos asmáticos com ao menos um sintoma de broncoespasmo induzido pelo exercício quando comparado com indivíduos sem estes sintomas apresentam sentimentos como vergonha, frustração e medo.


Pessoas asmáticas devem levar em consideração vários fatores como clima e ambiente para controle da sua doença, mas no que diz respeito ao exercício poucas pessoas sabem que para pessoas que possuem asma ele é, na maioria dos casos, benéfico. A população precisa ser melhor esclarecida sobre estes benefícios para que a qualidade de vida geral dessa população venha a crescer.
CRIANÇA E IDOSO

TERMOREGULAÇÃO
Sistemas trocam calor por: radiação, condução, convecção e evaporação.
Criança x Adulto
Um corpo produz certa quantidade de calor na razão direta da sua massa. Então, quanto maior for a massa, mais calor ele produz. Para trocar calor com o meio é necessário uma certa superfície, porque é a superfície que vai entrar em contato com o meio que vai trocar calor.
Superfície corporal = medida da quantidade de “pele”.
A eficiência do processo de troca de calor do corpo com o meio depende da relação de massa contida com a superfície corporal. Surge daí o conceito de superfície corporal relativa (SCrel), que é o valor de superfície corporal dividido pela massa.

As crianças sempre tem SCrel maior que os adultos, mesmo tendo a superfície corporal menor:



Criança

Adulto
Superfície Corporal Relativa
> 
Superfície Corporal Relativa
Radiação
> 
Radiação
Condução
> 
Condução
Convecção
> 
Convecção
Evaporação
< 
Evaporação

A evaporação nos adultos é maior porque não depende da SCrel e sim da produção e evaporação do suor. E também porque a produção de suor na criança é menor porque a glândula sudorípara é imatura, o que depende da ação hormonal, que ocorre apenas a partir da adolescência.



Exemplo1: uma criança e um adulto brincando em um ambiente externo em um dia quente com sol.
·         O adulto sua muito e a criança não;
·         A criança está recebendo mais calor por convecção que o adulto porque a superfície corporal relativa do adulto é menor;
·         O adulto está liberando mais calor por sudorese;
·         Quem tem mais risco de intermação é a criança

Exemplo2: uma criança e um adulto em uma piscina.
·         Água é um ambiente onde se perde mais calor em função do calor específico da água, que é muito maior que a dor ar;
·         Um corpo na água tende a perder muito mais calor que ao ar livre e normalmente a temperatura da água é mais baixa que a dor corpo;
·         O suor na água não serve para nada, porque não evapora;
·         O principal meio de troca de calor em meio aquoso são condução e convecção, que neste caso é importante para a criança, que perde muito calor na água.


Então:
Crianças no calor externo fazem hipertermia mais facilmente;
Crianças na água fazem hipotermia mais rápido.



METABOLISMO
Consumo máximo de oxigênio, medido pelo VO2máx (em L.min-1 absoluto ou ml.kg-1.min-1 relativo)
O consumo de oxigênio durante o exercício é medido pelo VO2submáx.

De que forma o consumo máximo de oxigênio se comporta a medida que a criança cresce?


Por que o consumo máximo de oxigênio do menino até a puberdade acompanha o mesmo ritmo da menina e a partir da puberdade aumenta? Porque a partir da puberdade o menino adquire mais massa muscular! O consumo máximo de oxigênio dos meninos torna-se maior.

O aumento do consumo de oxigênio é diretamente proporcional ao aumento de massa corporal. Isto tanto é verdade que quando o valor é corrigido (ou seja, dividido pela massa) o efeito desaparece. Até a puberdade não há diferença. Na puberdade o VO2máx da menina começa a cair, isso porque a menina adquire tecido adiposo e isso representa massa e como o valor é dividido pela massa, será dividido por este “peso a mais”.

Do ponto de vista de consumo máximo de oxigênio, não há diferenças significativas entre os sexos até a puberdade, mas depois disso as diferenças aparecem.
Normalmente a menina matura antes do menino, por isso o professor de Educação Física deve ficar atento à mudanças na postura dos aluno, como por exemplo os mais alto se curvarem um função dos colegas com menor estatura.

Comportamento do VO2 frente ao trabalho:



A resposta aeróbia da criança é muito mais eficiente e muito mais rápida que a do adulto. Ao impor uma carga para uma criança ela responde aumentando o consumo de oxigênio imediatamente e isso faz com que o déficit de oxigênio seja muito menor que do adulto. O EPOC da criança também será menor aerobiamente em comparação com o adulto.

Quais os mecanismos que fazem com que o déficit da criança seja menor do que do adulto? Vejamos:

Avaliação da concentração de lactato máxima em crianças de diferentes faixas etárias.

Crianças novas (com aproximadamente 8 anos) apresentam concentrações de lactato muito baixas comparadas a crianças próximas a puberdade ou que já ultrapassaram essa fase. Isso indica uma atividade anaeróbia menor.



Atividade da enzima PFK em relação à idade.


*PFK = Enzima que regula o metabolismo glicolítico. Uma das principais enzimas da glicólise sendo a mais sensível à variação de pH e outros fatores.

Crianças jovens têm uma atividade da Fosfofrutoquinase (PFK) muito baixa, na maturidade já é máxima. Na puberdade começa a subir. Indica que crianças muito novas tem menor atividade glicolíticae crianças mais velhas têm maior atividade glicolítica.

Mas isto está associado a outro fenômeno metabólico:


Atividade da Lactato Desidrogenase (LDH).

A LDH é sensível a piruvato, logo, quando forma piruvato em grande quantidade ela converte para lactato. Indica que a criança não forma muito lactato, porque tem uma baixa atividade da Lactato Desidrogenase e como o adulto tem maior índice de LDH, tem como produzir mais lactato.

Criança tem baixa atividade glicolítica, portanto, forma pouco piruvato e consequentemente tem menos energia glicolítica que um adulto. Como a criança forma menos piruvato, também forma pouco lactato, por isso a baixa da LDH.


Quando uma carga de trabalho maior é imposta a uma criança, ela não consegue como um adulto, gerar uma atividade glicolítica para sustentar essa carga, obrigando seu sistema a ativar mais rapidamente o sistema aeróbio.

A criança aumenta mais rapidamente seu consumo de oxigênio porque apresenta uma deficiência anaeróbia.

CRIANÇAS NÃO TEM A MESMA EFICIÊNCIA ANAERÓBIA QUE ADULTOS E ACABAM COMPENSANDO AEROBICAMENTE.

Isso fica fácil de entender quando observamos o comportamento prático das crianças. Ou elas realizam uma atividade de longa duração em baixa intensidade ou uma atividade de muito curta duração em alta intensidade. As crianças não realizam atividades em alta intensidade por mais de um minuto porque para isto utiliza-se glicólise anaeróbia, rota em que não são eficientes.

Um grande erro dos treinadores e educadores físico é impor um treinamento de especialização esportiva precoce. Isso gera um burn out, ou seja, uma retirada precoce deste jovem atleta da carreira esportiva. Crianças não suportam tanto fisiologicamente quanto psicologicamente altos volumes de treinamento e acabam por desistir do esporte.

IDOSO
Próximo dos 20 anos de idade tingimos nosso VO2máx. Apartir de então acontece m decaimento do VO2máx em função de um processo chamado de sarcopenia, que é a perda progressiva de sarcômeros, ou seja, a perda de massa muscular.

Metabolicamente a massa muscular é necessária para o consumo de oxigênio, logo o VO2máx diminui a medida que se envelhece. Esta perda é de aproximadamente 7mL.kg-1.min-1.década-1. Qual a consequência? O limite de independência funcional é de 25mL.kg-1.min-1. Para melhorar esse índice o mais indicado é exercício físico!

Então, para evitar a perda da funcionalidade o mais indicado é exercício aeróbio.

Uma pessoa idosa tem indicação para exercício de força mesmo que o marcador seja aeróbio (que indica falta de capacidade funcional).

O que levou o idoso a ter uma perda importante do consumo máximo de oxigênio? A perda de massa muscular! Então o treinamento anaeróbio serve para, no mínimo, diminuir o processo, se não revertê-lo em parte, através do ganho de massa muscular e com isso melhorar o consumo máximo de oxigênio.

Treinamentos que intercalam aeróbio e anaeróbio são bem indicados, principalmente para manter o ritmo. Quando esse tipo de treinamento é aplicado, a parte aeróbia que será curta (3 minutos aproximadamente para descanso ativo) não apresenta ganhos significativos, mas serve para que não se perca o que já foi conquistado.


SISTEMA RENAL E EXERCÍCIO


A figura acima mostra a estrutura do néfron que é a estrutura renal que realiza efetivamente a filtração de tudo o que passa pelo rim.
A arteríola aferente recebe o fluxo sanguíneo que chega no néfron, que é de aproximadamente 1440L/dia. Esse conteúdo passa pelo glomérulo, sofre o processo de filtração e sai pela arteríola aferente. O glomérulo está situado dentro da cápsula de Bowman, que serve para filtrar o conteúdo. Esse filtrado glomerular tem um volume aproximado de 180L/dia. Mas não é possível excretar tudo isso por dia. Por isso ao percorrer o túbulo contorcido proximal e distal e alça de Henle o conteúdo sofre um processo de reabsorção de água.
O sistema é inteligente porque faz duas filtrações, cada uma em um sentido. Uma do filtrado glomerular e outra do néfron (reabsorção):


Uma vez produzida a urina é encaminhada pelos ureteres até a bexiga, que tem função de armazenamento e a partir daí se excreta por meio da uretra.

SISTEMA DE CONTROLE:
·         Se variar a osmolaridade do sangue, a secreção de AdH é ativada (ao npivel hipotálamo-hipófise) e estimula canais de aquaporinas que têm função de aumentar a reabsorção da água. Logo, o aumento do AdH gera aumento da reabsorção de água e diminuição na produção de urina.
·         Ao redor do glomérulo estão localizadas as células justaglomerulares, que monitoram continuamente o fluxo sanguíneo que chega no glomérulo. Quando o fluxo sanguíneo cai, acontece uma isquemia renal, diminuindo o fluxo glomerular. Imediatamente as células justaglomerulares liberam grânulos da enzima renina (enzima proteolítica), que age sobre o angiotensinogênio de forma a quebra-lo para formar angiotensina. A ngiotensina tem a função de provocar uma vasodilatação da arteríola aferente e uma vasocontrição da arteríola eferente. Isso leva ao aumento da pressão glomerular. Esse mecanismo é importante para garantir a filtração glomerular mesmo que o fluxo caia, porque se não em todas as situações de fluxo renal diminuiria a filtração. É um processo de proteção do sistema.
·         A renina também age sobre a suprarrenal que vai estimular o córtex da suprarrenal para que um corticoide seja secretado, a aldosterona que estimula a reabsorção de sódio. O resultado é que ao reabsorver sódio a água também é reabsorvida junto.



EXERCÍCIO:
Estudo que analisou o fluxo sanguíneo renal (FSR), a filtração glomerular (FG) e a produção de urina (PU) frente a diferentes cargas de trabalho:


 ·    Até 50% do VO2máx o fluxo sanguíneo renal não se modifica.
·        
A partir de 50% do VO2máx o fluxo sanguíneo renal cai bastante, há uma vasocontrição da artéria renal, uma vasodilatação do sistema arterial renal derivando para a musculatura ativa e retirando sangue do sistema gastrorenal, por isso o fluxo sanguíneo renal cai. Esse fluxo continua caindo mesmo após o exercício. No período de recuperação ele ainda estará caindo. Quando ele começa a recuperar, faz um pico acima do nível de normalidade.
·       
 Filtração glomerular: se diminuir o FSR a filtração glomerular será diminuída também. Cai menos que o FSR após o término do exercício continua caindo e gera um pico. Essa diferença se dá primeiramente porque a filtração glomerular não depende só do FSR. Quando cai o fluxo as células justaglomerulares se ativam desencadeando o sistema renina-agiotensina. A angiotensina (faz vasodilatação da arteríola aferente e vasocontrição da arteríola eferente) mantém a filtração mesmo com a queda de fluxo, por isso a filtração cai menos que o FSR.
·       
 A produção de urina não muda até 50% do VO2máx. a partir de 50% VO2máx a produção de urina cai. A produção de urina é o produto da filtração glomerular menos a reabsorção. A filtração glomerular está caindo e a reabsorção está aumentando (pelo AdH e pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona que estimula a reabsorção de Sódio e consequentemente de água). Com a diminuição da filtração e o aumento da reabsorção a produção de urina cai. A produção de urina cai mais porque se dependesse somente da filtração a resposta deveria ser sobreposta. Após o término do exercício ela atinge o valor mínimo e estabiliza e depois volta a subir até estabilizar novamente.



Conclusão: durante o exercício a partir de 50% do VO2máx a produção de urina cai

Atividade dentro d’água estimulam mais a diurese pela ação da pressão hidrostática, que faz com que haja um aumento de irrigação central, isso pode aumentar a filtração glomerular e aumentar a produção de urina. Mas isto acontece somente em atividade de baixa intensidade (até 50% do VO2máx).

Exame Qualitativo de Urina (EQU):
É um exame que detecta a presença de substâncias, células e outros elementos na urina.

Para o esporte, alguns dos principais marcadores são:
- Proteínas (proteinúria)
- Albumina (albuminúria)
- Hemácias (hematúria)

Estes são marcadores de nefrite, que é a infecção do néfron.
Ao realizar um QUE um dia após um treinamento intenso estes marcadores estarão presentes na urina. Isso em função do pico de filtração glomerular acima do normal. Isto produz um aumento de filtração de determinadas substâncias além do normal, o que se reflete na urina do dia seguinte. Esta condição é chamada de pseudonefrite atlética e não precisa ser tratada com antibióticos, pois é induzida pelo exercício, quando este for interrompido esta condição não existirá mais.



SISTEMA GASTROINTESTINAL E EXERCÍCIO


A digestão se inicia já na boca, e neste local se divide em duas fases:

a)      Mecânica: quebra dos alimentos em pedações menores para que mais partes de um macronutriente entre em contato com o suco gástrico ao chegar no estômago. Esse processo está relacionado com a velocidade com que acontece a digestão. Logo, líquidos tem uma digestão mais rápida que sólidos. É muito importante o processo de mastigar, pois sinaliza para o organismo que algo está sendo consumido e inicia o processo de digestão.

b)      Química: processo em que o alimento é envolvido pela saliva para fazer a umidificação e ativação de uma enzima específica, chamada α-amilase salivar ou ptialina. Esta enzima está presente na saliva e serve para facilitar a digestão de alimentos, transformando carboidratos complexos em carboidratos mais simples.

Receptores de sabor para:
- Umami (Glutamato monossódico)
- Salgado
- Doce
- Azedo
- Amargo

No hipotálamo encontra-se o núcleo arqueado, onde sensores indicam sede e fome.

Diferença entre fome e apetite:
Apetite é a simples vontade de comer algo que dá prazer a pessoa (traz bons sentimentos).
Fome é a necessidade que se tem de entrar em contato com macronutrientes.


Estômago:
A GRELINA é um hormônio produzido pelo estômago que age no hipotálamo, mais precisamente no núcleo arqueado e está diretamente relacionado com a secreção do hormônio do crescimento (Gh), com a taxa metabólica basal e com a produção de fome. Quanto maior é a taxa de Grelina no sangue, maior é a informação de fome.

Indivíduos que consomem a mesma quantidade calórica, mas de macronutrientes diferentes tem respostas diferentes à fome. Um dieta rica em carboidratos complexos, que são absorvidos lentamente tem uma maior sinalização da supressão da Grelina do que uma dieta rica em gorduras. Por isso, quem come mais gorduras tem sempre a sensação de mais fome.
O álcool também é absorvido no estômago, por isso se o órgão estiver com a presença de alimentos em digestão ele será absorvido e enviado para o intestino mais lentamente, mas se ao contrário, o estômago estiver “vazio” ele será absorvido rapidamente.

O estômago não é capaz de absorver grandes quantidade de macro e micronutrientes. São absorvidos essencialmente proteínas, água e álcool.
As paredes secretam um muco alcalino que serve para proteção e também ácido clorídrico que trabalha para a ativação de pepsina e renina.

Diariamente são produzidos 3 litros de suco gástrico.

O Bolo Alimentar é chamado de Quimo, é uma pasta semilíquida e semissólida que passa pelo esfíncter pilórico e recebe informações do pâncreas e da vesícula biliar (sais biliares). Do pâncreas exócrino recebe as enzimas digestivas das gorduras, as lipases pancreáticas.
O suco pancreático é uma secreção que atua no processo de digestão e, através do ducto pancreático é lançado na cavidade do duodeno. Contém água, enzimas (amilase pancreática, etc) e grandes quantidades de íon bicarbonato.
A bile é um líquido produzido pelo fígado, aproximada mente um litro por dia e fica armazenado na vesícula biliar. Atua na digestão de gorduras, de microorganismos para evitar a putrefação de alimentos e na absorção de substâncias nutritivas da dieta que passam pelo intestino.

Uma refeição rica em carboidratos fica em média 3 a 4 horas em processo de digestão, já uma refeição rica em gorduras fica no mínimo 4 horas.

Se uma pessoa almoça ao meio dia e treina às 13 horas é incorreto. Isso porque o individuo está em processo de digestão, mas se iniciar uma atividade física o sangue que deveria ficar no aparelho digestivo se desloca para a musculatura periférica. Caso o alimento esteja ainda no estômago pode provocar vômito, caso já esteja no intestino provocará diarreia.



SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
Um atleta muito ansioso sofre uma alta estimulação do sistema parassimpático, o que atrapalha muito, pois o atleta libera muita adrenalina. As informações vão para a periferia depressa, aumenta a frequência cardíaca, aumenta a energia que vai para os músculos e também a migração de sangue do intestino para os músculos.
Exercício intensos (> 70%VO2máx): diminui a velocidade de digestão e absorção. Estudos indicam que em exercício intenso alguns órgão chegam a apenas 1% de irrigação sanguínea.
Exercício de baixa intensidade (<40% VO2máx): promove maior velocidade de digestão, pois faz um aumento de fluxo, fazendo com que o sangue circule de maneira mais efetiva e gerando melhor distribuição
Não fazer nada em termos de exercício físico também não é bom, isso porque a estase do sistema lentifica o processo de digestão e absorção de nutrientes.

O NÍVEL DE CONDICIONAMENTO É FUNDAMENTALMENTE DETERMINANTE. Sujeitos bem condicionado fisicamente tem valor de esvaziamento gástrico mais rápido que sedentários. Sujeitos mais velhos apresentam uma lentificação do processo de digestão. Há uma melhora do processo de digestão em indivíduos que praticam atividade física.

Adaptações do sistema gastrointestinal ao treinamento:
- Maior motilidade
- Maior secreção de muco
- Aumento da irrigação tecidual
- Ação anti-ulcerogênica

POR QUE ACONTECE A DIARRÉIA DO MARATONISTA?
A diarreia do maratonista acontece porque o exercício físico promove uma ativação do sistema nervoso simpático, que faz com  que o sangue seja desviado dos órgãos digestivos para levar mais oxigênio para a periferia. Este desvio de sangue acaba atrapalhando na velocidade de esvaziamento e absorção de macronutrientes vindos da refeição, fazendo com que esses alimentos fiquem contidos no intestino. Esses alimentos, sob a forma de líquido, através da má absorção e aliado ao fator gravitacional da corrida fazem com que o atleta tenha a diarreia do maratonista.

QUAIS SÃO SO FATORES QUE SINALIZAM A SACIEDADE?

Para que a sensação de saciedade seja levada ao cérebro é importante que as etapas do processo sejam cumpridas, são elas: cheiro, sabor, pressão dos dentes (mastigação), deglutição, distensão gástrica e aparecimento de macronutrientes no sangue.
SISTEMA ÓSSEO E EXERCÍCIO



Ossos respondem aos seguintes estímulos mecânicos:


Ossos têm uma matriz rica em cristais de hidroxiapatita , que são anisotrópicos. Uma força compressiva aplicada a esses cristais gera uma Diferença de Potencial, que gera um capo magnético (efeito piezoelétrico), que por sua vez atraís íons Cálcio.

Superfície óssea em repouso é dita como quiescente. Quando um estímulo gera a diminuição na produção de Cálcio células chamadas de osteoclastos são ativadas e aderem na superfície do osso para captarem o Cálcio da matriz óssea. Tendo em vista que o osso é um reservatório de Cálcio, esse mecanismo serve para repor os níveis de Cálcio no organismo. Mas ao longo do tempo essa superfície óssea vai cavitar. Quando os níveis de Cálcio se estabilizarem os osteoblastos serão ativados. Essas células irão captar Cálcio da circulação e depositar na matriz óssea. É um mecanismo para recuperação da matriz óssea.

O problema está na diminuição do vigor dos osteoblastos, que piora com a ação do tempo e principalmente para a mulher em função da ação do hormônio estrógeno. A diminuição dos níveis de estrógeno diminuem a deposição da matriz óssea. A mulher passa a ter osteopenia (1º estágio), que leva a osteoporose (2º estágio), levando ao risco de fraturas.

A prevenção acontece ao impedir a perda de massa óssea e muscular.


ESTUDO:
Medida da densidade mineral óssea em mulheres eumenorréicas sedentárias e mulheres amenorreicas sedentárias, antes e após programa de treinamento.


O grupo das eumenorréicas treinadas aumentou a densidade mineral óssea;
O grupo de amenorreicas treinadas não compensou a perda de densidade óssea que a amenorreia provocou. Ou seja, o exercício é útil na compensação da perda de massa óssea, mas só ele não é o suficiente. Em alguns casos é necessário também a reposição hormonal, aumento da ingesta de Cálcio, Vitamina D, entre outros.


Exercício com impacto x Exercício sem impacto
A resposta óssea é localizada e não generalizada.
Hidroginástica não gera grandes ganhos de densidade mineral óssea pela falta de impacto, porém quando o processo de artrose é detectado as dores são tantas que se torna mais fácil tratar a osteopenia/osteoporose com medicamentos do que com exercícios de impacto que irão agravar a doença. O impacto neste caso deve ser evitado afim de prevenir lesões e dores.

ALTITUDE

Observando a ilustração acima. Quando todos os locais de ligação do oxigênio com hemoglobina estão preenchidos dizemos que ela está 100% saturada.
Frequentemente nem todos os espaços estão preenchidos, ou não tem nada ligado ou há outra molécula ligada, como por exemplo, o monóxido de carbono. Esta molécula vem da poluição ambiental ou da fumaça do cigarro e isso irá diminuir a saturação. Quando o monóxido de carbono se liga a hemoglobina é de forma irreversível. Fica ligado até o metabolismo da hemoglobina.
Há também as moléculas de oxigênio que estão dissolvidas no plasma. Estas são as que exercem pressão, conhecida como PO2.


O oxigênio que vai para os tecidos é o que está dissolvido no plasma (3%). A medida que se utiliza esse oxigênio dissolvido a PO2 cai. Com isso o oxigênio que está ligado na hemoglobina é liberado para o plasma.


Relação entre a saturação da Hemoglobina e a Pressão de O2.
Estudo: medida da PO2 e saturação de hemoglobina de amostras do sangue de diferentes partes do corpo.
Sangue que sai do pulmão está com 100% de saturação.
À medida que o sangue cai na circulação a saturação de O2 e a PO2 caem, pois se está cedendo oxigênio para os tecidos. Mas essa relação não é linear e sim sigmoide. Quando o sangue está fluindo o primeiro oxigênio a ser removido é o que está livre no plasma, por isso cai a PO2 e mantém-se a saturação. Quando cai muito a PO2 é o momento em que a hemoglobina irá liberar suas moléculas de O2.

A hemoglobina apresenta uma afinidade com o oxigênio variável: se a afinidade fosse sempre igual ela não poderia responder a essas variações de pressão em torno dela. Quando os quatro sítios estão ligados a afinidade é máxima e é muito difícil desligar o primeiro, mas a medida que a PO2 cai (aproximadamente 85mmHg) notamos uma queda na saturação, pois a hemoglobina começou a ceder oxigênio. A saída de um oxigênio na ligação com a hemoglobina muda a conformação da molécula e torna-se cada vez mais fácil a liberação das demais moléculas de oxigênio. Isso se chama controle alostérico. Quando a PO2 aumenta novamente o oxigênio volta a se ligar na hemoglobina.
A hemoglobina pode ser regulada. Existem no sangue, estruturas que podem modificar proteínas. Os estímulos são:

ALTITUDE
A saturação da hemoglobina continua a mesma em cidades da serra, como Gramado (RS) que apresenta uma altitude em torno de 900m.
Mas em uma altitude de aproximadamente 3000m a pressão atmosférica fica em torno de 500mmHg, a PO2 será de 105mmHg, a pressão alveolar de oxigênio ficará entre 60 e 70mmHg, com isso a saturação da hemoglobina será de 70%. Então, o sangue mais rico em oxigênio terá menos oxigênio.
Em grandes altitudes o desempenho aeróbio é prejudicado, porque depende de transporte de oxigênio. Existem formas de se prever a perda de oxigênio, vejamos a tabela a seguir:





Exemplo: Cidade do México (3500m de altitude). Tem -20%VO2máx. Se ao nível do mar o VO2máx era de 60mL.kg-1.min-1, quando no México será de 48mL.kg-1.min-1.
Então, em altitudes haverá certamente uma diminuição do VO2máx.
Quando for possível o atleta poderá realizar um deslocamento antecipado para recuperar esse VO2máx perdido. Esse processo de adaptação pode ser dividido em três fases:
1)      CURTO PRAZO
Ao sair do avião e respirar o ar estará com 20 a 30% menos em termos de PO2.
Quando cai a PO2 a estrutura que primeiro detecta a queda são os quimioceptores, que geram uma hiperventilação. Isso faz com que o O2 seja eliminado e diminua a PCO2. O CO2 quando reage com água forma o ácido carbônico que se dissocia em Hidrogênio, gerando acidificação do meio, mas como o CO2 está sendo eliminado não ocorre acidificação do meio, mas sim uma alcalose ventilatória. Os sintomas principais são tontura e dispneia.
2)      MÉDIO PRAZO
O organismo tentará ajustar a alcalose ventilatória. Para isso aumenta a excreção de bicarbonato de sódio e água. A excreção de água gera uma hemoconcentração que gera dois efeitos: menos água deixa as hemácias mais próximas facilitando o processo de difusão, mas em contrapartida aumenta a viscosidade e tende a fazer mais coágulos e também aumenta o trabalho cardíaco.
3)      LONGO PRAZO
O organismo tenta resolver a hemoconcentração. O rim é o órgão mais afetado pelos efeitos de variação de viscosidade. Estimulado pela variação do fluxo, o rim produz eritropoietina. Essa eritropoietina estimula a medula óssea a realizar eritropoiese, que leva ao aumento de hemácias. Com isso se aumentou o volume total de sangue e com isso se está totalmente adaptado à altitude.





Quem mora em altitude tem mais hemácias para compensar a menor PO2.
A maior altitude que um ser humanos é capaz de se adaptar para morar é 5000m.


O QUE FAZER QUANDO UMA EQUIPE OU ATLETA NÃO TEM TEMPO DISPONÍVEL PARA ADAPTAÇÃO? Quando o período de adaptação não for possível o atleta deve ir para o país da competição o quanto antes for possível, porém até o dia da competição irá treinar em cidades litorâneas, ao nível do mar. Só irá para a altitude horas antes da competição, para evitar os piores efeitos.