CRIANÇA E IDOSO
TERMOREGULAÇÃO
Sistemas
trocam calor por: radiação, condução, convecção e evaporação.
Criança x
Adulto
Um corpo
produz certa quantidade de calor na razão direta da sua massa. Então, quanto
maior for a massa, mais calor ele produz. Para trocar calor com o meio é
necessário uma certa superfície, porque é a superfície que vai entrar em
contato com o meio que vai trocar calor.
Superfície
corporal = medida da quantidade de “pele”.
A eficiência
do processo de troca de calor do corpo com o meio depende da relação de massa
contida com a superfície corporal. Surge daí o conceito de superfície corporal
relativa (SCrel), que é o valor de superfície corporal dividido pela massa.
As crianças
sempre tem SCrel maior que os adultos, mesmo tendo a superfície corporal menor:
Criança
|
|
Adulto
|
Superfície Corporal Relativa
|
>
|
Superfície Corporal Relativa
|
Radiação
|
>
|
Radiação
|
Condução
|
>
|
Condução
|
Convecção
|
>
|
Convecção
|
Evaporação
|
<
|
Evaporação
|
A evaporação
nos adultos é maior porque não depende da SCrel e sim da produção e evaporação
do suor. E também porque a produção de suor na criança é menor porque a
glândula sudorípara é imatura, o que depende da ação hormonal, que ocorre
apenas a partir da adolescência.
Exemplo1:
uma criança e um adulto brincando em um ambiente externo em um dia quente com
sol.
·
O
adulto sua muito e a criança não;
·
A
criança está recebendo mais calor por convecção que o adulto porque a
superfície corporal relativa do adulto é menor;
·
O
adulto está liberando mais calor por sudorese;
·
Quem
tem mais risco de intermação é a criança
Exemplo2:
uma criança e um adulto em uma piscina.
·
Água
é um ambiente onde se perde mais calor em função do calor específico da água,
que é muito maior que a dor ar;
·
Um
corpo na água tende a perder muito mais calor que ao ar livre e normalmente a
temperatura da água é mais baixa que a dor corpo;
·
O
suor na água não serve para nada, porque não evapora;
·
O
principal meio de troca de calor em meio aquoso são condução e convecção, que
neste caso é importante para a criança, que perde muito calor na água.
Então:
Crianças no
calor externo fazem hipertermia mais facilmente;
Crianças na
água fazem hipotermia mais rápido.
METABOLISMO
Consumo
máximo de oxigênio, medido pelo VO2máx (em L.min-1 absoluto ou ml.kg-1.min-1
relativo)
O consumo de
oxigênio durante o exercício é medido pelo VO2submáx.
De que forma
o consumo máximo de oxigênio se comporta a medida que a criança cresce?
Por que o
consumo máximo de oxigênio do menino até a puberdade acompanha o mesmo ritmo da
menina e a partir da puberdade aumenta? Porque a partir da puberdade o menino
adquire mais massa muscular! O consumo máximo de oxigênio dos meninos torna-se
maior.
O aumento do
consumo de oxigênio é diretamente proporcional ao aumento de massa corporal.
Isto tanto é verdade que quando o valor é corrigido (ou seja, dividido pela
massa) o efeito desaparece. Até a puberdade não há diferença. Na puberdade o
VO2máx da menina começa a cair, isso porque a menina adquire tecido adiposo e
isso representa massa e como o valor é dividido pela massa, será dividido por
este “peso a mais”.
Do ponto de
vista de consumo máximo de oxigênio, não há diferenças significativas entre os
sexos até a puberdade, mas depois disso as diferenças aparecem.
Normalmente
a menina matura antes do menino, por isso o professor de Educação Física deve
ficar atento à mudanças na postura dos aluno, como por exemplo os mais alto se
curvarem um função dos colegas com menor estatura.
Comportamento
do VO2 frente ao trabalho:
A resposta
aeróbia da criança é muito mais eficiente e muito mais rápida que a do adulto.
Ao impor uma carga para uma criança ela responde aumentando o consumo de
oxigênio imediatamente e isso faz com que o déficit de oxigênio seja muito
menor que do adulto. O EPOC da criança também será menor aerobiamente em
comparação com o adulto.
Quais os
mecanismos que fazem com que o déficit da criança seja menor do que do adulto?
Vejamos:
Avaliação da
concentração de lactato máxima em crianças de diferentes faixas etárias.
Crianças
novas (com aproximadamente 8 anos) apresentam concentrações de lactato muito
baixas comparadas a crianças próximas a puberdade ou que já ultrapassaram essa
fase. Isso indica uma atividade anaeróbia menor.
Atividade da
enzima PFK em relação à idade.
*PFK =
Enzima que regula o metabolismo glicolítico. Uma das principais enzimas da
glicólise sendo a mais sensível à variação de pH e outros fatores.
Crianças
jovens têm uma atividade da Fosfofrutoquinase (PFK) muito baixa, na maturidade
já é máxima. Na puberdade começa a subir. Indica que crianças muito novas tem
menor atividade glicolíticae crianças mais velhas têm maior atividade
glicolítica.
Mas isto
está associado a outro fenômeno metabólico:
Atividade da
Lactato Desidrogenase (LDH).
A LDH é
sensível a piruvato, logo, quando forma piruvato em grande quantidade ela
converte para lactato. Indica que a criança não forma muito lactato, porque tem
uma baixa atividade da Lactato Desidrogenase e como o adulto tem maior índice
de LDH, tem como produzir mais lactato.
Criança tem baixa atividade glicolítica,
portanto, forma pouco piruvato e consequentemente tem menos energia glicolítica
que um adulto. Como a criança forma menos piruvato, também forma pouco lactato,
por isso a baixa da LDH.
Quando uma
carga de trabalho maior é imposta a uma criança, ela não consegue como um
adulto, gerar uma atividade glicolítica para sustentar essa carga, obrigando
seu sistema a ativar mais rapidamente o sistema aeróbio.
A criança
aumenta mais rapidamente seu consumo de oxigênio porque apresenta uma
deficiência anaeróbia.
CRIANÇAS NÃO TEM A MESMA EFICIÊNCIA
ANAERÓBIA QUE ADULTOS E ACABAM COMPENSANDO AEROBICAMENTE.
Isso fica
fácil de entender quando observamos o comportamento prático das crianças. Ou
elas realizam uma atividade de longa duração em baixa intensidade ou uma
atividade de muito curta duração em alta intensidade. As crianças não realizam
atividades em alta intensidade por mais de um minuto porque para isto
utiliza-se glicólise anaeróbia, rota em que não são eficientes.
Um grande
erro dos treinadores e educadores físico é impor um treinamento de
especialização esportiva precoce. Isso gera um burn out, ou seja, uma retirada precoce deste jovem atleta da
carreira esportiva. Crianças não suportam tanto fisiologicamente quanto
psicologicamente altos volumes de treinamento e acabam por desistir do esporte.
IDOSO
Próximo dos
20 anos de idade tingimos nosso VO2máx. Apartir de então acontece m
decaimento do VO2máx em função de um processo chamado de sarcopenia,
que é a perda progressiva de sarcômeros, ou seja, a perda de massa muscular.
Metabolicamente
a massa muscular é necessária para o consumo de oxigênio, logo o VO2máx
diminui a medida que se envelhece. Esta perda é de aproximadamente 7mL.kg-1.min-1.década-1.
Qual a consequência? O limite de independência funcional é de 25mL.kg-1.min-1.
Para melhorar esse índice o mais indicado é exercício físico!
Então, para
evitar a perda da funcionalidade o mais indicado é exercício aeróbio.
Uma pessoa
idosa tem indicação para exercício de força mesmo que o marcador seja aeróbio
(que indica falta de capacidade funcional).
O que levou
o idoso a ter uma perda importante do consumo máximo de oxigênio? A perda de
massa muscular! Então o treinamento anaeróbio serve para, no mínimo, diminuir o
processo, se não revertê-lo em parte, através do ganho de massa muscular e com
isso melhorar o consumo máximo de oxigênio.
Treinamentos
que intercalam aeróbio e anaeróbio são bem indicados, principalmente para
manter o ritmo. Quando esse tipo de treinamento é aplicado, a parte aeróbia que
será curta (3 minutos aproximadamente para descanso ativo) não apresenta ganhos
significativos, mas serve para que não se perca o que já foi conquistado.