segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Compostos Fosforados e CP


Metabolismo

A Fisiologia do Exercício estuda o funcionamento do corpo diante do esforço. Para que esse esforço aconteça é necessário energia. A energia não pode ser produzida, é finita em nosso planeta que tem como fonte principal o sol, este transforma energia nuclear em térmica e luminosa. Os seres fotossintetizantes são capazes de absorver essa carga e transformá-la em energia química. Através da alimentação obtemos essa energia e então somos capazes de modificá-las para outras formas, como por exemplo mecânica (movimento), elétrica (sinapses), térmica (produção de calor) e química (transformação de moléculas). Sabe-se que para formar uma molécula é utilizada o dobro da energia gasta para utiliza-la.


ATP (Adenosina trifosfato)

A adenosina trifosfato (ATP) é chamada de “moeda fundamental de energia”. É formada por uma molécula de adenina e ribose ligada a três moléculas de fosfato. As ligações mais externas da molécula de ATP são chamadas de ligações de alta energia e representam uma quantidade considerável de energia armazenada dentro da molécula de ATP.
A quebra do ATP se dá na sua ligação mais distante, através de uma hidrólise, catalisada pela enzima adenosina trifosfatase. Com isso se forma um novo composto, denominado adenosina difosfato (ADP), além de um fosfato inorgânico (Pi) e 7 a 12Kcal/mol. O esquema a seguir demonstra o rendimento energético da quebra do ATP.

ATP + H2O   ---ATPase-->   ADP + Pi + 7 a 12Kcal/mol

O ATP existe de forma limitada em nosso organismo, com isso é importante que o organismo mantenha formas de re-sintetizar essa molécula. Por exemplo, um indivíduo de 70Kg possui aproximadamente 50g de ATP. No repouso, esse mesmo indivíduo, em 24 horas gasta o equivalente a 190kg de ATP. No exercício esse gasto aumenta de 10 a 30 vezes. O fluxo energético é que proporciona uma nova ligação do ADP com o grupamento fosfato para re-síntese de uma nova molécula de ATP, mas para reconstruir é necessário o dobro da energia utilizada para quebrar; essa energia vêm da ingesta de carboidratos, gorduras, ou seja, macronutrientes que forneçam aporte energético suficiente para refazer o ATP.


Creatina Fosfato (CP)

A Creatina Fosfato (CP) é um tripeptídeo, produzido pelo rim a partir da união de três aminoácidos. Mas ela não permanece no rim, é exportada através da corrente sanguínea e captada pelo músculo. No músculo sofre uma fosforilação, ou seja, recebe um grupamento fosfato proveniente da quebra da molécula de ATP.
A CP é utilizada em atividades de muito alta intensidade e curta duração. O músculo armazena aproximadamente 125 mmol/L de CP.




Para re-sintetizar a molécula de ATP é necessário energia. Com o aumento da ADP em função da quebra do ATP dada pelo gasto energético da atividade física, uma enzima chamada creatinaquinase (CK) é ativada. Essa enzima realiza a quebra da CP, resultando em uma molécula de Creatina (CR) e um grupamento fosfato (P), que será utilizado para a re-síntese do ATP.



A concentração de CP no músculo é até cinco vezes maior que a reserva de ATP. Mas a reserva de CP também é limitada, quando ela termina não será mais capaz de contribuir para a re-sintese do ATP e o organismo entra em fadiga.


Um exemplo para visualizar melhor o que foi explicado é uma corrida de 100 metros rasos realizada por atletas profissionais. O atleta inicia a prova em uma determinada aceleração, atinge seu pico entre 50 e 60 metros e se mantém pelos próximos 30 metros, a partir daí há um declínio da velocidade em função da diminuição dos níveis de CP, que ao fim da prova se tornam insuficientes para formar novas moléculas de ATP. Com isso, o atleta cruza a linha de chegada em um processo de desaceleração. Ganha o atleta que mantiver níveis elevados de CP por mais tempo (treino), entre outros fatores, como carga genética e fatores nutricionais.

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